De MiÚdOs A gRaÚdOs

Pois é…mais um ano lectivo está a decorrer, prestes a acabar ... repleto de bons e maus momentos, que sem darmos conta o tempo foi passando. Foi-nos formando encarregando-nos de o sabermos gerir da melhor maneira possível para nos tornarmos homens e mulheres com responsabilidades e deveres. E hoje custa-nos saber que é hora de decidir um novo rumo para a nossa vida!
Quando chegamos ao 10º ano deparamos com uma escola nova, gente desconhecida, multifacetada à qual nos temos que adaptar e saber como lidar. Sonhos passam nas nossas cabeças: de como será o primeiro dia de aulas, onde serão as salas e como vamos conseguir identificar a nossa turma no meio de tantos discentes! Depois, vem o confronto de ideias entre os colegas, as atitudes ainda de meninos pequeninos com falta de alguma maturidade e consciência (que hoje cada vez é mais frequente) para o futuro, as brincadeiras, os empurrões nos corredores as boquinhas foleiras e metediças com alguma má educação, por vezes, à mistura. A curiosidade de experimentar, de tocar, de conhecer e pesquisar!
Tudo isto, são sensações que o tempo nos faz recordar e sem dúvida essenciais ao nosso desenvolvimento pessoal e intra-social!
Ao encararmos o 11º ano começam as saudades de alguns amigos que ficaram para trás por motivos adversos, mas também a preocupação com as médias. A mentalidade modifica-se e cresce, pois a idade também se encarrega disso. Percebemos que o futuro depende de nós e do nosso esforço contrariado muitas vezes pela vontade de faltar a uma aula, a preguiça, o soninho de uma noite má dormida devido a uma saída nocturno-diurna ou de uma noite compenetrada na divagação de pensamentos sobre a família, amigos e escola!
Finalmente quando pensamos que vimos tudo, que conhecemos tudo chegamos ao 12º ano e constatamos um ano totalmente novo. Durante as férias as pessoas mudaram não só fisicamente como psicologicamente, as piadas e brincadeiras são diferentes, regredimos, conscientemente ao 10º ano, mas tudo já numa vertente de mera desculpa de riso e boa-disposição. O grau de exigência académica é muito superior, bem como, o cansaço e a vontade de abandonar tudo, junto com o desespero de pensar não conseguir passar no exame nacional a determinada disciplina que dorme e acorda connosco todos os dias.
Sempre pensei que tudo o que referi fosse mentira quando ouvia outros colegas dizê-lo, mas acreditem que é mesmo verdade! Há um sentimento geral de inércia complementado com o pensamento de que não pode ser só trabalho, embora sabemos que tem mesmo de ser! E, por fim, o peso da decisão de toda a nossa vida. Não é fácil escolher um curso, dada, não só a variedade de opções e locais de ensino, como também a incerteza de poder não dar certo, de cair no desemprego depois de 4 ou 5 anos de faculdade e de muito estudo… Sinceramente, cada ano que passa é uma meta nova, é um objectivo a ser vencido, é um progresso a ser cumprido…
Na minha opinião, tudo a seu tempo poderá ser resolvido e encarado, mas custa mesmo muito, a pressão dos prazos, das datas e das notas, a necessidade de lutar por nós próprios não é fácil suportar, mas é nestes momentos que repito para mim mesma: Se a vida fosse fácil, não valeria a pena viver!

Mas depois de entrarmos na faculdade …. Vemos que tudo aquilo que havíamos pensado, muitas vezes chorado, também … foi mesmo uma efemeridade! Apercebemo-nos realmente do tal “ciclo da vida” que tanta gente fala! A cada ano somos chamados a superar-nos gradualmente! Desafios maiores nos são propostos! Temos mesmo de os encarar, temos mesmo de ignorar muitas coisas, lidar com pessoas que nos desagradam, e em muitas das quais reina a hipocrisia … começamo-nos mesmo a sentir membros desse mundo … o Mundo dos Adultos.


(Uma mistura do ano velho com este novo ano!Uma fase da vida muito importante para todas as pessoas !!)