segunda-feira, maio 23, 2005

eLe .


Ser-se deixado invadir por um "ele"... um alguém que preenche a nossa vida, os nossos sonhos, a nossa realidade ... Voltar a acreditar, a esperar ... a solificar sentimentos, expressões, desejos, partilhas e sorrisos... Confiar, depositar segredos, comentarios, frustraçoes, ansias, problemas, pensamentos, confusoes, alegrias, tristezas (...) contradiçoes.

Ele... aquele Ele que estará lá.. naquela noite.. em que nos apetece chamar de «amorzinhø», de «pipøca», de beija-flør.. de Kilifø (KIdo, LIndo e FOfo), de girassøl, de tapete mágicø, de døVE (a mistura pefeita do rekintado xocolate "Dove" com o "Love" .. o nosso Løve que une inúmeros coraçoes, que nos faz apaixonar pela vida, pelo minuto seguinte, pelo novo entardecer, pelo proximo sabor unico do por-do-sol cor-de-laranja ofuscante nakela praia que nos acabamos por acostumar.. que acabamos por nos enrolar na areia como as ondas, onde encontramos um tronkiko de madeira partido e perdido que nos serve de lapis para desenhar belas palavras ou coisas dispersas e sem nexo..).

Acordei com a vontade repentina de o ver deitado a meu lado ... calmo e tranquilo como sempre ... com seus olhos meigos fexados e pousados delicadamente na sua pele macia que contorna a sua face delicada .. fui tomar o meu banho enkanto nao deixava de o imaginar com tanta força que parecia mesmo real ..

São histórias de "Eles" e "Elas" que tantas vezes nos tiram o sono a nós e aos nossos amigos .. Ninguem consegue vivem sem um "Ele" seja no coraçao seja na memória, seja no cheiro, seja num olhar escasso .. porque quando Ele está em nós.. está impregnado em cada poro da nossa existencia. Vive em nós e connosco .. não existem barreiras altas nem casas fortificadas à prova de bala que nos impeçam de O desejar, de O ver.. de O sentir.

Viver apaixonado seja por Ele seja pela Vida é um dom mágico ... é literalmente um dom. Te-lo para nos como se fosse o tesouro mais precioso do mundo ... Ninguem o pode roubar e se o roubar reviraremos mil mundos, mil lençois, mil lagrimas, mil raciocinios ate descobrirmos o porquê... e quando ele estiver de volta.. simplesmente abriremos os braços para o receber como se ... enfim, nunca estivesse permanecido um segundo afastado.

Sentimentos, paixões, amores, palavras, beijos, caricias, mimos, apertos, mordidelas, festinhas ... em cada Ele existe uma Ela.. em cada Ela existe um Ele .. pronto para ser amado, pronto para ser encontrado . * :) *

terça-feira, maio 03, 2005

A sErEnAtA


Vestidos de preto ... ao som de uma guitarra e de vozes que se fazem ouvir numa praça repleta de pessoas a quem a vida deixou que a vontade de estudar e de se formar falasse mais alto.

As tonalidades de cada curso estavam lá todas .. numa noite onde até a própria chuva foi um toque mágico ... "Serenata molhada, serenata abençoada..." - diz o povo e com razão ...

Soltam-se hinos de louvor a uma vida marcada por sacrificios, por noites mal dormidas, por amores perdidos, por amigos, por companheirismos, por saudade, por amor a algo que só quem o é - a sente. Cada um considera as suas cores as melhores!Grita por elas, exulta-as ao mais alto nível ... pois a cada um ... cada cor reflecte um ou mais anos de dedicação., reflecte toda uma opção de vida.
...
Exprimir em palavras o que se sente... é dificil ...diria até impossível .. pois as palavras nunca são suficientes, nunca serão dotadas da globalidade da questão. Para definir.. serão precisas as lágrimas de quem traçou a sua capa pela primeira vez!;de quem ama um traje, uma faculdade, de quem sempre sonhou com esse momento e esse seu desejo brota de um sentimento que bate tão forte como o do coração (órgão vital).Ali à nossa frente temos um amigo, alguém com mais experiência, mais velho, que por algum motivo é-nos especial, nos apadrinhou ou amadrinhou com gosto, com convicção, nos defenderá em qualquer circuntância; alguém que abraçamos longamente, com quem sabemos que a emoção será enxugada pela sua própria capa e jamais será lavada..; serão precisas outras lágrimas e sorrisos daqueles cuja melodia soa a uma despedida... à despedida dos cadernos e dos lápis, dos apontamentos e das fotocópias.. uma despedida da vida de estudante e a entrada no mundo do trabalho ...; serão precisos os abraços colectivos, os beijos fofos, profundos e demorados dos namorados que ternuramente se sentem invadidos por umas claves do sol que ambos viram nascer ... * * *
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Ainda sinto aquela sinfonia de vibraçoes ... aquele conjunto de tudo ... o tempo pudia parar que ninguém se importaria tenho a certeza! Uma noite memorável, uma noite simplesmente espetacular ... uma noite vulgar para alguns ... mas são sempre as coisas vulgares que podem fazer a diferença... para mim .. aquela noite fez !!!


(Ao meu padrinho, à minha madrinha e ao meu afelhado, aos meus amigos a quem abracei e me deram a honra e o privilégio de traçar a sua capa ... e sem dúvida aos meus pais .. sem eles nada disto seria possivel de ser sentido .. ) . *

sábado, abril 23, 2005

A cAIxA dE sApAtOs


Senti o "cheiro a pó" que vinha debaixo da minha cama...
Ainda na semana passada arrumei akelas caixas de sapatos... que à medida que o tempo passa são preenchidas no seu espaço sombrio de papéis!
Papéis que não se resumem a nada.. são memórias, são recordações.. sao pekenos momentos imortalizados num pedacinho de folha rasgada do canto da página do caderno da aula monótona... É o postal de Natal, do aniversário, do dia em que entrou na faculdade, o postal de férias, o postal da despedida, o das melhoras, o do regresso, o da saudade, o do amigo, o da amiga, o da irmã, o da madinha, o do padrinho, o do sócio, o do turista, o do desespero .. o da alegria. É a assinatura do ídolo ou o bilhete do concerto mais "in" da ocasião. É o pacote de açucar do café de Lisboa (ou de outro sítio kalker). São as fotografias, são as cartas, são as palavras, são os selos, são as primeiras canetas oferecidas por esta ou aquela pessoa ... o porta-chaves roto e sujo preferido, o primeiro frasco de perfume comprado com o nosso próprio dinheiro, é o talão da peça de roupa mais cara que alguma vez deu, são as capas das cassetes assinadas com dedicatórias.. são os caderninhos com questionários do 1º ciclo (que perguntam a opiniao sobre tudo e pedem ainda a morada, a data de nascimento... e querem saber se namoram ou nao, se gostam de alguém ou nao), são as folhas soltas com poemas ... são as folhas agrafadas com corações vermelhos e promessas de amor, pensamentos adolescentes desnaturados ou conscientes e maduros... São os barquinhos de papel, são as fitas coloridas, são as pulseiras que já rebentaram. É o pacote do bollicao, ou a colher de gelado que comeu pela primeira vez com akela pessoa em frente do chafariz mais lindo da cidade ou do jardim mais limpo do planeta... ou do comboio mais apinhado do dia ... São os panfletos do cinema, os dos cartazes do teatro, as t-shirts riscadas, os diplomas de participação em actividades da catequese ou dos escuteiros, da escola ou do desporto... São as conversas que falam deste e dakele professor, deste e daquele amigo (....) .

É tudo mais que papel ... É vida... tantas vezes aprisionado numa caixinha de sapatos eskecida ... que quando é remexida remexe dentro de nós o coração. Aviva memórias, alivia a alma... Rimo-nos ao recordar .. Choramos ao reviver .. Ao reler as tais promessas de amor que julgamos imunes, intrasnformáveis.. e.. num ápice.. vemos logo tudo transformado num próximo papel, numa proxima experiência ou vivência...
Tocar no papel que contém uma película de pó e que faz cócegas na palma da mão, amarelecido pelo tempo e ver lá escrito com a caligrafia de outrora algo que nunca mais será dito .. nem tão pouco pensado .. porque para tudo existe um tempo certo .. Mesmo para arrumar a caixinha de sapatos que está de baixo da cama.

De cada arrumadela que se lhe dá ... passamos o pano e limpamos um pouco mais do pó acumulado: ignoramos um pormenor, valorizamos outro, não nos achamos capazes de nos desfazermos ainda daquela bolinha de plasticina azul e vermelha bolorizada, em contrapartida...aquele desenho a carvão decorado com lápis de cera já pode ser deteriorado no caixote do lixo mais próximo...

Não consigo explicar o porquê de tudo isto .. mas penso .. que quando determinados papéis são amarrotados e atirados ao vento e ao cuidado do sol, da chuva e do arco-iris para nós algo terminou ... ou ficou no nosso inconsciente bem recalcado ... dando espaço de memória para a novidade, para o desconhecido .. para um futuro emocionado. Não que a um computador se assemelhe... bem pelo contrário ... a um Humano com vida; com recordações, com desgostos e contentamentos - ser sociavel que em interacção influencia e se deixa influenciar... se apaixona pelos amigos, pelo outro. Ajuda e partilha. Vive e recorda ... Mas não abusa de tudo isso ... Porque a moderação é uma virtude .. e o excesso é um vício mortífero. * * *

terça-feira, março 15, 2005

Ao MeU EsTiLo *


Vagueio pela praia inerte à presença humana.
Reflexos distantes e dispersos à memória de alguém ou de algo.
A reflexão sobre um nada que é tudo face ao olhar insane de uma mente oculta no interior de uma gruta profunda inexplorada pelo tempo, pela idade e pelo sentimento.
Um grito surgido no íntimo desperta hormonas adormecidas que haviam sido petrificadas pela carencia de falsos afectos frustrados sobre a inocência divina de um beijo.
Em contrapartida, a continuidade e a efemeridade vão de mãos dadas sobre um horizonte plano e obtuso, onde a novidade tem amplitude elevada fazendo a insaciabilidade do ópio literal não tardar.
Húmidas conversas na areia do deserto que suporta pedras aliadas ao coração cuja guerra e inimigos foram já sepultados no vento que deixou de soprar e no pássaro (cujas penas deixaram de ser impermeáveis, permanecendo àquem da boa-vontade "solidarista" para com o desfavorecimento audaz aparente de tão nobre ser), que deixou seus sonhos no país de outrora . . .
Consequente palácio perdido construído por laços de memória de várias cores, formas e feitios que em comunhão (como o lobo com a alcateia) enaltecem um abrigo ao abismo e à decadência enfeitiçada por olhares e gestos enganadores falsificados por emoções e raciocínios demasiadamente elaborados por métodos científicos delirantes que nada provam como a criança o rebuçado ou a sereia o cavalo marinho.
Nos raios rasgados por escortilhas metalizadas galopantes rezam os abutres gelados pela neve que furta a sua liberdade e a sua esperança de sobrevivência, fruto de uma árvore cuja hierarquia havia sido abandonada e o resultado do seu quociente com os suspiros daquele a quem se deixou confessar são meros rancos caídos, sofridos.
Um sorriso fluoroscente brilha na noite julgada sombria e crua, onde corpos despem seus suores, com uma melodia requintada, escondidos de censuras e de críticas excitadas . . . se entregam e se mimam como se um precípicio os chamasse a cada instante . . . a cada aurora !
No transporte da vida pequenas paragens sonorizadas por uma voz desconhecida e melancólica, marcam o nosso percurso diário. Abstraída das reais necessidades e pensamentos perversos que se cruzam em plena sintonia promovida pela cumplicidade de regiões, rotas ou casas, escrevo no papel excertos sem nexo «nem desejo de nexo» incompreendivel a primeiras impressões ou toques diagonais.
Casas onde se discutem atrofios mentais constantes iguais ao comum dos terrenos, supostos únicos e condenados à fatalidade da ocasião. (NÃO!).
Distúrbios lislexicais presentes no desenrolar de uma historia consumida pelo vicio impregnado nos poros da sociedade fútil e vadia que se objectiva em metas mediocres: a razão falha e a sensatez escacia.
Tudo parece organizado e, tudo é, unicamente fingido, encenado e ensaiado.

Flores e desejos cor-de-rosa; distrações intervenientes da docência da concentração infinitesimal; vencedores com cheiro a fumo evaporado pelas fábricas ruidosas dispensáveis; Livros e órgãos do saber desactualizados às complexidades humanas; Beijos forçados por uma amizade compadecente com a funçao exercida; abraços sentidos que brotam do nada e que se intensificam como um sismo cujo epicentro não pertence às estribeiras palpáveis. Palavras vagas, confusas, parciais ...

A comfortabilidade conforma-se com a razao quando unicamente a espontaneidade reina complementada com a experiência de algo real.

O desgaste rápido como se um salto fosse o último; o receio permanente de um novo dilúvio mortifero mas previsivel, temido mas superável com todos aqueles que nos fazem sorrir translucidamente. * * *