terça-feira, março 15, 2005

Ao MeU EsTiLo *


Vagueio pela praia inerte à presença humana.
Reflexos distantes e dispersos à memória de alguém ou de algo.
A reflexão sobre um nada que é tudo face ao olhar insane de uma mente oculta no interior de uma gruta profunda inexplorada pelo tempo, pela idade e pelo sentimento.
Um grito surgido no íntimo desperta hormonas adormecidas que haviam sido petrificadas pela carencia de falsos afectos frustrados sobre a inocência divina de um beijo.
Em contrapartida, a continuidade e a efemeridade vão de mãos dadas sobre um horizonte plano e obtuso, onde a novidade tem amplitude elevada fazendo a insaciabilidade do ópio literal não tardar.
Húmidas conversas na areia do deserto que suporta pedras aliadas ao coração cuja guerra e inimigos foram já sepultados no vento que deixou de soprar e no pássaro (cujas penas deixaram de ser impermeáveis, permanecendo àquem da boa-vontade "solidarista" para com o desfavorecimento audaz aparente de tão nobre ser), que deixou seus sonhos no país de outrora . . .
Consequente palácio perdido construído por laços de memória de várias cores, formas e feitios que em comunhão (como o lobo com a alcateia) enaltecem um abrigo ao abismo e à decadência enfeitiçada por olhares e gestos enganadores falsificados por emoções e raciocínios demasiadamente elaborados por métodos científicos delirantes que nada provam como a criança o rebuçado ou a sereia o cavalo marinho.
Nos raios rasgados por escortilhas metalizadas galopantes rezam os abutres gelados pela neve que furta a sua liberdade e a sua esperança de sobrevivência, fruto de uma árvore cuja hierarquia havia sido abandonada e o resultado do seu quociente com os suspiros daquele a quem se deixou confessar são meros rancos caídos, sofridos.
Um sorriso fluoroscente brilha na noite julgada sombria e crua, onde corpos despem seus suores, com uma melodia requintada, escondidos de censuras e de críticas excitadas . . . se entregam e se mimam como se um precípicio os chamasse a cada instante . . . a cada aurora !
No transporte da vida pequenas paragens sonorizadas por uma voz desconhecida e melancólica, marcam o nosso percurso diário. Abstraída das reais necessidades e pensamentos perversos que se cruzam em plena sintonia promovida pela cumplicidade de regiões, rotas ou casas, escrevo no papel excertos sem nexo «nem desejo de nexo» incompreendivel a primeiras impressões ou toques diagonais.
Casas onde se discutem atrofios mentais constantes iguais ao comum dos terrenos, supostos únicos e condenados à fatalidade da ocasião. (NÃO!).
Distúrbios lislexicais presentes no desenrolar de uma historia consumida pelo vicio impregnado nos poros da sociedade fútil e vadia que se objectiva em metas mediocres: a razão falha e a sensatez escacia.
Tudo parece organizado e, tudo é, unicamente fingido, encenado e ensaiado.

Flores e desejos cor-de-rosa; distrações intervenientes da docência da concentração infinitesimal; vencedores com cheiro a fumo evaporado pelas fábricas ruidosas dispensáveis; Livros e órgãos do saber desactualizados às complexidades humanas; Beijos forçados por uma amizade compadecente com a funçao exercida; abraços sentidos que brotam do nada e que se intensificam como um sismo cujo epicentro não pertence às estribeiras palpáveis. Palavras vagas, confusas, parciais ...

A comfortabilidade conforma-se com a razao quando unicamente a espontaneidade reina complementada com a experiência de algo real.

O desgaste rápido como se um salto fosse o último; o receio permanente de um novo dilúvio mortifero mas previsivel, temido mas superável com todos aqueles que nos fazem sorrir translucidamente. * * *