sexta-feira, novembro 25, 2016

EgYpT

Este ano fui ao Egipto.
Este ano entrei em piramides, andei de camelo, conheci o Islamismo por dentro, percebi como funciona o Medio Oriente.
Andei de balao de ar quente.
Fiz mergulho.
Fiz snorkeling.
Viajei numa carruagem de comboio cheia de arabes, em que eu era a unica mulher.
Fiz um cruzeiro no Nilo.
Entrei em templos com milhares de anos antes de Cristo.
Fui ao deserto.
Andei de moto 4.
Vi a agua mais cristalina e azul de todas.
Vi uma concha a comer um peixe ao estilo BBC vida selvagem.
Li um bom livro.
Escrevi, desenhei, projetei 2017.
Conheci outra cultura e fiz amigos de Bagdad.

A Jess diz que eu tenho sorte com a vida que eu levo e que eu sou uma especie de passaro, e que nao devia deixar ninguem me prender na gaiola.

Ás vezes sinto que tenho sorte - mas ... isso nunca chega.

Este ano viajei novamente sozinha, e novamente enfrentei desafios e dias menos bons em outro continente.
Vivi momentos com desconhecidos que me preencheram, e para muitos... isso é esquisito.

Este ano também nao houve a companhia ideal para viajar.
Apetece-me perguntar se todos os anos vai ser assim?
Nao sei se vai ser assim, mas um lado de mim fica feliz quando pensa que efetivamente encontrar a pessoa certa é efetivamente dificil, faz-me acreditar que potencialmente nao existe nunca a pessoa certa.... existe apenas o acreditar que aquela pessoa é a certa.

O lado feliz é que cada vez que penso nisto, antes de procurar um parceiro para a vida, penso encontrar alguem que viaje como eu.

Que nao se importe com horarios.
Que sobreviva se nao comer á hora x ou y.
Que aprecie um copo de vinho e uma boa cerveja.
Que goste de tirar fotografias e nao se importe de chegar tarde ao hotel quando o por-do-sol esta a acontecer; nem que se importe de madrugar para ver o nascer-do-sol.
Que nao meça o frio, se as estrelas tiverem no ceu a brilhar.
Que nao queira saber se tem a camisola suja, ou se nao lavou os dentes na hora do almoço.
Que nao veja o dinheiro como um bem precioso, mas que procure o novo destino assim que a mochila tocar o chão de casa.

Poderia passar a minha toda a viajar, se soubesse que todos da minha familia estão bem e que eu ia conseguir sobrevier sempre sem ter de ligar para casa, sem ter de depender de alguém.

Cada pessoa que conheço nas minhas viagens faz-me pensar que o mundo é tao grande, ha tantas oportunidades, tantos sonhos diferentes, tanta complexidade de humanidade, que nao vale a pena fecharmo-nos em nos proprios e no nosso mundo...

Ao mesmo tempo que isto é fascinante, assusta.

O Egipto revelou-me acima de tudo que cada um vai sempre conseguir tudo, desde que se sinta bem com as opçoes que toma e que as assuma.

Porque Egipto?
Simplesmente porque o Google me disse que era o melhor destino para viajar em Outubro.
O Google tramou-me em certa medida porque tive medo, tive vontade de desistir, pensei acima de tudo que nao era o sitio certo para mim, mas ao mesmo tempo, desafiou-me.
Por obrigaçao, ou por escolha, fiquei e nao me arrependi.
Hoje tenho historias para contar, um portfolio fotografico interminavel e uma gratidao grande ao Google e às pessoas que no fundo acreditaram que eu nao ia voltar mais cedo.

Se recomendo?
Recomendo acima de tudo viajar, muito, o mais que puder.... nao interessa o destino, interessa mesmo estar de coraçao aberto e acima de tudo aproveitar cada dia.

Bons voos ... especialmente aqueles que deixam a alma sobre as nuvens.